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O Livro "Alcoólicos Anônimos"

Ao falarmos da Literatura de A.A. e do início das publicações oficiais no Brasil, não poderíamos deixar de dar atenção especial ao fato sobre como aconteceu a publicação do livro Alcoólicos Anônimos em português. Um companheiro de São Paulo, chamado Donald L., se dispôs a traduzir o livro Alcoólicos Anônimos e comunicou-se com o GSO, que respondeu sua carta em outubro de 1966 sugerindo-lhe a tradução dos onze primeiros capítulos, após a formação de um Comitê de Tradução. Informaram-lhe também que a impressão deveria ser feita, após análise, em Nova York. O GSO não permitiu a impressão no Brasil.
Em fins de 1968, Gilberto, um AA brasileiro residente nos Estados Unidos, conheceu Donald L. e conseguiu intermediar as relações entre ele e AAWS. (A. A. World Services, Inc.) órgão responsável pela Literatura Oficial de A.A.
Havendo a concessão para impressão do livro Alcoólicos Anônimos e também do financiamento, a Diretoria de AAWS., através do então Presidente Robert E. Hitchins enviou correspondência cientificando da decisão, estabelecendo, porém, condições indispensáveis à impressão, quais foram: 

. que fosse instalado no Brasil, um Centro de Distribuição de Literatura (operacional);

. que o livro fosse vendido, no varejo, ao preço correspondente a U$ 2,00 (dois dólares) a unidade aos indivíduos, com possibilidade de ser vendido até o equivalente a U$ 1,75 (um dólar e setenta e cinco centavos) por unidade aos Grupos; 

. que, posteriormente, quando fosse criado o Escritório de Serviços Gerais de A.A . no Brasil, o Centro de Distribuição de Literatura passasse a se constituir parte integrante daquela organização de serviços; 

. que uma vez aprovada a proposta em questão, fosse a operação considerada "em confiança", assumindo a responsabilidade todos os participantes, como reais representantes de todos os membros de Alcoólicos Anônimos no Brasil. 

. Aceitas todas as condições do AAWS, em abril de 1969 o companheiro Robert E. Hitchins, Presidente dos Serviços Mundiais de A.A., liberou o Direito de Edição e Publicação em português de 2000 exemplares do livro Alcoólicos Anônimos, ao custo total não superior a US$ 2.000 (dois mil dólares).

O AAWS estabeleceu ainda, pela concessão, as condições que seguem: 

. remessa ao AAWS. de US$ 0,82 (oitenta e dois centavos) trimestralmente por cada exemplar do livro vendido ou distribuído; 

. advertência expressa no livro de que os Direitos Autorais pertencem ao AAWS., e proteção integral quanto ao citado direito; 

. publicação acima do limite de 2.000 livros dependeriam da necessária autorização;

. no caso de não serem vendidos nem distribuídos os 2.000 exemplares, notificar ao AAWS para as providências julgadas de acertos.

À vista das condições enunciadas, em 20/9/69, sob a coordenação do companheiro Donald M. Lazo, foi discutida e aprovada a criação do Centro Brasileiro para edição em português, da literatura de A.A. a partir de originais americanos.
Em 5/11/69, encontrava-se regulamente formalizado o "Centro de Distribuição de Literatura A. A. Para o Brasil - CLAAB", Sociedade Civil de natureza literária sem fins lucrativos.
A publicação do livro Alcoólicos Anônimos, conhecido no Brasil como Livro Azul, proporcionou o intercâmbio oficial entre os Grupos existentes na época e o seu cadastramento, uma vez que o CLAAB ia anotando os endereços, dias e horários de reuniões, conforme as solicitações do livro pelos Grupos, fornecendo-os às pessoas que buscavam ajuda.
A Revista Eclesiástica Brasileira - REB, Órgão Oficial de Comunicação entre a prelazia brasileira e as paróquias, publicou uma elogiosa crítica ao livro, recomendando como instrumento útil na recuperação de alcoólicos.
Nessa mesma época, graças a amigos de A.A., tivemos acesso ao saguão da PUC, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde se realizava o 4º Congresso Latino Americano de Psiquiatria, local em que foi montado um "stand" com a pouca literatura de que dispúnhamos e os companheiros falaram diretamente com dois mil médicos, explicando-lhes o conteúdo do livro, e oferecendo, gratuitamente, exemplares dos folhetos disponíveis. Registrou-se um recorde: duzentos e vinte exemplares vendidos em quatro dias (até aquela data nossa venda não havia passado os vinte exemplares por mês).

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